sábado, 16 de maio de 2009

Consequências e Soluções

Como combinado o post dessa semana é a continuação da matéria publicada na Revista Veja, uma entrevista com especialistas do "ramo sustentável".
Vimos as Previsões e as Razões dos impactos ambientais, focado no aquecimento global. Essa semana veremos as Consequências e as Soluções, veremos o que as atitudes impensáveis podem gerar a todos nós habitantes da terra. Os mais abalados serão os animais e as plantas, que sofrerão para se adaptar as mudanças climáticas, obrigando o ser de "maior inteligência" a procurar melhores lugares para sobreviver. Basta saber se conseguirão plantar e produzir comida para todo mundo.
Mas nem tudo está perdido, se nós, formadores de opniões, estudantes e profissionais do mercado nos mantivermos juntos e continuarmos a mudar o conciente coletivo das pessoas, assim atitudes como separar o lixo para reciclagem, reduzir o consumo de água entre outras atitudes simples poderão ser disseminadas pela sociedade, tornando-se um hábito comum, como o de escovar os dentes, afinal não sei até quando poderemos tomar banhos todos os dias.

Lembro que as perguntas e respostas aqui publicadas foram feitas pela Equipe da Revista Veja. (Nomes citados na postagem da semana anterior)


Conseqüências

20 O ritmo de crescimento da temperatura dá sinais de estar arrefecendo? Não. Tudo indica que ele está sendo mantido e continuará assim.

21 Por que acreditar que esse ritmo será mantido? O aquecimento que se observa hoje é uma soma das ações do passado com as ações presentes. Não há, a médio prazo, nenhuma alternativa energética com potencial de substituir os combustíveis fósseis em larga escala. Para mudar radicalmente as emissões, seriam necessárias intervenções muito profundas, que dificilmente seriam feitas de uma hora para outra. O ritmo de implementação das ações previstas no Tratado de Kioto – principal instrumento dos países e das organizações multilaterais para a redução das emissões de gases do efeito estufa – está sendo mais lento do que se esperava. O tratado é até agora um fracasso. Os países não-signatários de Kioto aumentaram suas emissões em ritmo menor do que os que assinaram o documento.

22 Até que temperatura a vida na Terra é viável? A experiência em regiões desérticas e tropicais mostra que a vida humana em sociedade é possível à temperatura constante de 45 graus. Isso não significa que a vida seria tolerável se todo o planeta atingisse esse pico de temperatura. O desarranjo obrigaria a humanidade a buscar novas estratégias de sobrevivência. Por outro lado, nem o mais pessimista dos cientistas acredita que o aquecimento global ofereceria risco de sobrevivência para toda a raça humana.

23 Há o risco de morrer gente? Sim. Muitos cientistas acreditam que a onda de calor que matou mais de 30 000 pessoas na Europa durante o verão de 2003 já seja reflexo do aquecimento global. Se essas ondas se tornarem mais freqüentes, farão mais vítimas, principalmente entre os mais pobres (que não têm alternativas de proteção) e os mais indefesos, caso de crianças e idosos.

24 Quais as conseqüências previsíveis para o Brasil? A mais grave seria a mudança de vegetação em metade da Amazônia, que se tornaria uma espécie de savana ou cerrado, já a partir de 2050. Isso porque a temperatura na região subiria pelo menos 3 graus. Com a temperatura média do país, que hoje é de 25 graus, passando aos 29 graus, milhares de famílias teriam de deixar o sertão nordestino em busca de regiões de clima mais ameno. O nível do mar também subiria nas cidades litorâneas, como Recife e Rio de Janeiro.

25 Há risco de aumento de doenças como malária, febre amarela ou dengue, por exemplo? Esse é um ponto controverso. Os que discordam são em número muito maior do que os que concordam. A exceção são aquelas doenças em que a relação é direta, caso da dengue, cujo mosquito transmissor se reproduz em maior escala no calor.

26 As geleiras vão derreter completamente? Não vão. A previsão mais pessimista indica que 2% de todas as geleiras derreterão até 2100. Esse derretimento é que levará ao aumento de 1,2 metro no nível do mar.

27 Quais os riscos de faltar água? A água potável vai acabar? Os rios vão secar? É possível dizer também que o sertão nordestino vai se desertificar? A disponibilidade hídrica do planeta não mudará. A distribuição das chuvas pelo globo é que será alterada. Aumentará a disponibilidade de água em alguns lugares, principalmente nas latitudes médias e nas regiões tropicais úmidas. Quanto às regiões equatoriais, existe muita incerteza. Mas pode-se dizer que haverá mais seca nas regiões áridas e semi-áridas. O fim da água potável pode ocorrer, mas não somente por causa do aquecimento. Está relacionado também à poluição provocada pelo homem e ao aumento de demanda por água, principalmente para a agricultura irrigada.

28 Que outros impactos poderiam ocorrer no dia-a-dia das pessoas? As chuvas seriam muito mais intensas, e isso afetaria todas as regiões. Espera-se que haja um maior número de noites quentes e ondas de calor, mas também invernos mais rigorosos. A temperatura variaria em extremos. Se for mantido o atual ritmo de emissões – e levando-se em conta as projeções de crescimento econômico, populacional etc. –, haverá elevação do nível do mar, redução de florestas, enchentes nas regiões mais úmidas, secas mais severas nas regiões de clima árido e semi-árido.

29 A disponibilidade de alimentos estará comprometida? Depende do aumento da temperatura. Se a elevação for de 2 graus (no máximo), poderá haver aumento da área plantada, incorporando-se vastas áreas do Canadá e da Sibéria à produção mundial. Se a temperatura subir além disso, 4 graus ou mais, toda a agricultura mundial será prejudicada. Outro problema é a mudança das chuvas, que pode provocar secas mais severas na África e no sul da Ásia.

Greg Vojtko/AP



PAISAGEM AMEAÇADA
Incêndio na Califórnia em 2007: drama causado pelo agravamento das secas no planeta

30 Pode-se esperar que o aquecimento inviabilize a vida em algumas regiões do planeta, provocando migrações populacionais em massa? Mais uma vez depende de quanto a temperatura vai aumentar. No pior cenário, haverá migração em massa de populações pobres, da ordem de dezenas de milhões de pessoas, em razão da falta de água para beber e para a agricultura. No sudeste da Ásia também podem ocorrer fugas em massa, mas por causa de inundações.

31 A elevação do nível do mar poderá engolir partes inteiras do litoral dos países? Caso se confirme a elevação do nível da água do mar entre 30 e 60 centímetros, os efeitos serão reduzidos. Mas a aceleração do degelo na Groenlândia e na Antártica Ocidental obrigou os cientistas a rever suas previsões. Um exemplo: a Holanda tem mais de 40% de seu território abaixo do nível do mar. Se a elevação da água for pequena, será possível contornar o problema com a construção de diques. Mas, se chegar ao limite máximo imaginado pelos cientistas, o país poderá perder uma parte enorme de seu território. Durante o século XX, o aumento do nível do mar na costa brasileira foi de 20 centímetros. A média global foi de 17 centímetros.

32 O aquecimento global será a principal causa de extinção de espécies? Sim. Já neste século e no próximo, o aquecimento vai superar os dois grandes vilões atuais, que são a caça predatória e a fragmentação de hábitats.

33 Já há alguma espécie ameaçada por esse motivo? Pelo menos 74 espécies de sapo desapareceram nas montanhas da América Central devido ao aumento de 1 grau na temperatura média. Isso mudou o microclima e fez com que um fungo da pele dos sapos se desenvolvesse descontroladamente. Os anfíbios de todo o planeta também correm perigo.

34 Pode-se esperar algum benefício do aquecimento ou apenas tragédia? Os impactos são principalmente negativos, pois perturbam um sistema já equilibrado. Mas há alguns positivos, sim, como o incremento à agricultura em lugares hoje muito frios e a diminuição, na média mundial, na freqüência de noites muito frias, o que trará benefícios à saúde humana.



Soluções


35 O mundo não tem problemas que exigem enfrentamento mais urgente do que o aquecimento global? A fome, a falta d’água e as doenças matam mais gente hoje. Mas o mundo não pode se dar ao luxo de ignorar o aquecimento global. Isso porque, além de efeitos desastrosos, tudo o que se fizer agora só terá resultado décadas à frente. Além disso, para muitos dos problemas atuais há soluções tecnológicas iminentes. O buraco na camada de ozônio é um exemplo. Ele se fechará num futuro próximo, graças a ações já empreendidas. No caso do aquecimento, se o mundo parar de emitir gases de efeito estufa hoje, o problema ainda levará séculos para ser resolvido. Alguns limites já foram até ultrapassados. O melhor exemplo é o gelo ártico. Em 2050, ele poderá desaparecer totalmente durante o verão. Não há mais o que fazer. Não se pode esperar mais cinco ou dez anos para começar a agir vigorosamente.

36 Quanto será necessário investir na suavização dos efeitos da mudança climática? Num primeiro cálculo, estimou-se que seriam necessários 150 bilhões de dólares anuais para cumprir as metas do Protocolo de Kioto. Mas é possível que a conta seja menor, dados o avanço tecnológico e os ganhos em eficiência energética. Um exemplo são os combustíveis fósseis, os que mais emitem gases do efeito estufa. Já existem hoje tecnologias capazes de reduzir em 20% as emissões. Há outros exemplos mais simples. Os sistemas de iluminação com LED, diodos de efeito luminoso, têm eficiência quase vinte vezes superior à das lâmpadas de bulbo.

Divulgação

MINIVILÃO
O besouro que proliferou com o aquecimento: ameaças às florestas

37 É possível reverter totalmente o aquecimento? Não. O máximo que se pode fazer é reduzir o ritmo. Caso se reduzam as emissões globais entre 60% e 70% até 2050, a temperatura subirá até o fim do século entre 2 e 2,5 graus. Se não se fizer nada, ela poderá aumentar entre 4 e 5 graus no mesmo período, com efeitos desastrosos.

38 Reduzir a emissão de gases do efeito estufa, como o CO2, é mesmo o melhor caminho? O que importa é a concentração "líquida", ou seja, a diferença entre o que é emitido e o que é absorvido pela Terra. Ao mesmo tempo em que se reduz a emissão de gases do efeito estufa, pode-se investir no seqüestro de carbono, seja biológico (caso do aumento de área de florestas), seja geológico (armazenagem de gás carbônico no subsolo, tecnologia ainda em estudo). Há ainda o aumento da eficiência energética em relação à que se tem hoje.

39 É economicamente viável reduzir as emissões de CO2 em escala suficiente para resolver o problema? Se nada for feito, a economia mundial sofrerá um abalo descomunal. O Estudo Stern (do ex-economista-chefe do Banco Mundial Nicholas Stern) fala em perdas anuais de até 20% no PIB mundial (o conjunto de riquezas produzidas pelas nações). Em economia, o que torna possível pagar o preço de uma solução é o valor do prejuízo causado pela inação. O estudo calcula que o investimento necessário para resolver o problema chegaria a 1% do PIB.

40 Não seria mais fácil resolver o problema através do desenvolvimento tecnológico? Ainda que se obtenha um elevado grau de desenvolvimento tecnológico, vai demorar para que isso aconteça. Não há tempo para esperar sem trabalhar para reduzir as emissões.

41 Fontes de energia alternativa suprem as necessidades de redução de emissssões de CO2? Todas as fontes renováveis, juntas, não substituiriam sequer metade da quantidade do combustível fóssil usado hoje. Portanto, é preciso reduzir as emissões de CO2 em no mínimo 55% até 2050. O papel das fontes de energia alternativas é auxiliar nesse esforço, assim como na busca de eficiência energética.

42 Não seria mais fácil aceitar que as mudanças climáticas são inevitáveis e investir em formas de conviver com elas? Buscar formas de adaptação será necessário de qualquer jeito. A diferença está no grau de intervenção que será necessário. Dependerá da extensão das mudanças climáticas.

43 Atitudes individuais, como economizar papel e água, por exemplo, surtem algum efeito? Somente com atitudes individuais se poderá promover uma mudança no perfil do consumo, com impacto ambiental significativo. O planeta tem de buscar a máxima reciclagem dos produtos e torná-los mais duradouros. E isso deve ocorrer paralelamente às mudanças em grande escala, como a substituição de fontes de energia e a otimização no uso dos transportes.

44 O que é de responsabilidade dos países e o que compete exclusivamente aos cidadãos? Devido à urgência, são os governos que devem começar a fazer sua parte primeiro.

Jamil Bittar/Reuters

FONTES ALTERNATIVAS
Energia eólica e o biodiesel: em busca da redução das emissões de CO2

45 É possível esperar que a humanidade consiga se adaptar plenamente, seja qual for a intensidade da mudança climática? Dependendo da elevação da temperatura, torna-se impossível a adaptação, em razão da falta de água para beber e para a agricultura. Mas é preciso dizer que as mudanças não afetarão a humanidade de forma igual. Quem mora na Sibéria, por exemplo, se beneficiará. Para os países pobres da África, Ásia e América Latina, no entanto, elas serão prejudiciais, com o risco de migrações em massa.

46 O controle de emissões de gás carbônico conforme estabelecido no Tratado de Kioto terá algum resultado prático? O único efeito prático do tratado foi deslanchar um vigoroso esforço mundial para o desenvolvimento de tecnologias alternativas. O esforço conjunto dos países é o único caminho.

47 Por que os Estados Unidos não querem assiná-lo? O principal argumento é o impacto negativo na competitividade da economia americana. É grande a influência da indústria automobilística e do petróleo sobre as decisões do governo americano. Para escapar das pressões internacionais, o governo daquele país resolveu investir bilhões de dólares na busca de tecnologias mais limpas e tem conseguido melhores resultados do que os dos signatários do protocolo.

48 O que governos e organismos internacionais já estão fazendo de concreto? Alguns países, como Inglaterra e Alemanha, estão tão avançados na redução das emissões e na busca de novas tecnologias que deverão alcançar, já no próximo ano, as metas definidas para 2012. A União Européia começou a se impor novas metas, mais arrojadas, para 2020.

49 As medidas compensatórias, como o mercado de créditos de carbono, terão resultados globais expressivos? O resultado ainda é pequeno, pois o mercado de carbono funciona como compensação. Ou seja, o que se planta de novas árvores no Brasil apenas compensa o CO2 emitido por outro país. Ele não vai além, promovendo uma redução líquida. Conclusão: é bem-vindo, mas insuficiente.

50 Há tempo para evitar o desastre? Há tempo de evitar as conseqüências mais negativas, mas não todas. A Terra já está se aquecendo. O objetivo viável é evitar que se aqueça catastroficamente.




Semana que vem vou atender ao pedido do nosso seguidor Alexandre Fonseca, administrador de dois ótimos Blogger's,Dupla de Dois Propaganda e Inovar Idéias. Obrigado pelos comentários sempre produtivos.

Não percam a próxima atualização, obrigado pelas visitas e comentários.

3 comentários:

  1. Simples assim...viu como é facil?
    E tem gente achando que não tem mais volta, que o mundo já era...vamos REpensar, REfazer e o mais importante REciclar.

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  2. ACHEI MUITO LEGAL,FACIL AS SOLUÇÕES PARA UM ENORME PROBLEMA AMBIENTAL.

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  3. muitas pessoas acham que esse problema não existe mai soluçao e esse site fala que tem muitas ... facil,facil...

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